domingo, 13 de setembro de 2015

HÁ 106 ANOS NASCIA DOM PEDRO III

S.A.I. o Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleáns e Bragança
Chefe da Casa Imperial de 1921 a 1981

Dom Pedro Henrique Afonso Filipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Bourbon, nascido em 13 de setembro de 1909 no exílio, na França, em Boulogne-Billancourt. Foi Príncipe de Orléans e Bragança de 1909 a 1921, Príncipe do Grão-Pará de 1909 a 1920, Príncipe imperial do Brasil de 1920 a 1921 (após a morte do pai, Dom Luis Maria) e Chefe da Casa Imperial do Brasil de 1921 em diante (após a morte da avó, a Princesa Dona Isabel), então com 12 anos de idade, com apoio dos monarquistas e de seu tio, Dom Pedro de Alcântara (Patriarca do "ramo" de Petrópolis que sempre respeitou sua decisão, esta decisão que muitos "monarquistas" não respeitam). Dom Pedro Henrique era neto da Princesa Dona Isabel do Brasil, e de Dom Luis Gastão de Orléans, o conde d'Eu, bisneto do Imperador Dom Pedro II do Brasil e da Imperatriz Dona Teresa Cristina. Primeiro varão de Dom Luís de Orléans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, e de Dona Maria Pia de Bourbon, Princesa das Duas Sicílias. Casou-se em 19 de agosto de 1937 com a Princesa Dona Maria Isabel da Baviera.

Se fosse imperador, teria reinado com o título de Sua Majestade Imperial, Dom Pedro III, Por Graça de Deus, e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.

  • Infância e juventude
O Príncipe Dom Pedro Henrique e seu pai, Dom Luis

Dom Pedro Henrique com sua avó, a Princesa Dona Isabel


Quando nasceu, a Família Imperial brasileira já estava exilada na França há 20 anos. Como seu tio, Dom Pedro de Alcântara, havia renunciado aos seus eventuais direitos ao trono do Brasil em 1908, seu pai, Dom Luís, foi elevado a Príncipe Imperial do Brasil, e S.A.I. ao nascer recebeu o título de Príncipe do Grão-Pará, conforme o artigo 105 da Constituição de 1824. Foi batizado na capela do Castelo d'Eu com as águas levadas do Chafariz do Largo da Carioca, no Rio de Janeiro, tendo como padrinhos sua avó paterna, a Princesa Dona Isabel do Brasil, e o avô materno, Dom Alfonso, conde de Caserta e chefe da Casa Real das Duas Sicílias. O Príncipe e sua Família viviam entre o Castelo d’Eu e o palacete de Boulogne-sur-Seine, ambos pertencentes ao Conde D'eu pelos Orleáns. Foi educado primeiramente por sua avó, a Princesa Dona Isabel, e por inúmeros preceptores imbuídos em educá-lo como futuro Imperador do Brasil.

Em 1920, seu pai faleceu em Cannes, França, vitimado pelos ferimentos adquiridos nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, guerra no qual saiu como herói. Ainda em 1920, o decreto de banimento é revogado pelo então presidente Epitácio Pessoa. O avô de Dom Pedro Henrique, conde d'Eu, conduz parte da Família Imperial de volta ao Brasil; todavia, sua avó, a princesa Dona Isabel, não vai, pois estava idosa e adoentada, fazendo com que a viagem não lhe fosse recomendada. Mesmo assim, ficaram pouco no Brasil, pois suas vidas estavam consolidadas na Europa, e resolveram para lá voltar. Tendo em vista o falecimento do pai em 1920, tornou-se Príncipe Imperial do Brasil, mas em 14 de novembro de 1921, falece no Castelo d’Eu a princesa Dona Isabel, e aos 12 anos de idade ele se torna o Chefe da Casa Imperial do Brasil. Com a revogação, em 3 de setembro de 1920, do banimento imposto à Família Imperial em 21 de dezembro de 1889, sua mãe, D. Maria Pia de Bourbon-Sicílias, resolveu continuar morando na França, onde achava que ele poderia receber educação mais adequada, com seus irmãos Dom Luís Gastão de Orléans e Bragança e Dona Pia Maria de Orléans e Bragança. Formou-se em Ciências Políticas e Sociais pela Universidade de Sorbonne, na França.

Em 1925, aos 16 anos, o governo brasileiro indeferiu o seu pedido para servir nas Forças Armadas, isto por medo que o Príncipe pudesse liderar um "contra-golpe" (tardio) contra a república.

  • Casamento
S.A.I. o Príncipe Dom Pedro Henrique com sua esposa, a Princesa Dona Maria da Baviera


Casou em Leutstetten 17 de agosto e religiosamente na capela do castelo de Nymphenbourg, em Munique, em 19 de agosto de 1937 com Maria Isabel de Wittelsbach, batizada Marie Elisabeth Françoise Josèphe Thérèse de Wittelsbach (ali nascida em Nymphenburg em 9 de setembro de 1914), princesa da Baviera, filha primogênita de Francisco de Wittelsbach, Príncipe real da Baviera e de Isabel de Croÿ, Princesa de Croÿ. Tiveram 12 filhos. Esse casamento serviu de pretexto ao duque da Baviera para confrontar o governo nazista, pois estavam convidados dois soberanos e vários Chefes de Casas Reais, entre eles a Grã-Duquesa Carlota de Luxemburgo e o Rei espanhol Don Alfonso XIII, exilado devido à Guerra Civil Espanhola; os altos comandantes do partido nazista não foram convidados (coisa que era obrigatória na Alemanha daquela época). O casal residiu primeiramente na França; durante várias vezes tentaram morar no Brasil, mas foram impedidos devido às dificuldades de locomoção geradas pela Segunda Guerra Mundial.

  • Mudança para o Brasil
Primeira foto tirada no retorno da Família Imperial do exílio


A Família Imperial só conseguiu voltar para o Brasil em 1945, quando findou a guerra. Eles se instalaram primeiramente em Petrópolis, Rio de Janeiro, no palácio do Grão-Pará, e depois em uma casa no bairro do Retiro, em Petrópolis. Em 1951, Pedro Henrique comprou uma propriedade agrícola, a Fazenda Santa Maria, na cidade de Jacarezinho, interior do Paraná, onde se lançou como agricultor. Em 1965, retornou ao estado do Rio de Janeiro, instalando-se em Vassouras, cidade importante nos tempos do império, quando era pólo cafeeiro. No chamado Sítio Santa Maria, D. Pedro Henrique residiu até o final de sua vida.

  • Chefia da Casa Imperial
Cartão de divulgação do Chefe da Casa Imperial


Antes mesmo de vir para o Brasil, Dom Pedro Henrique já se comunicava com o novo movimento monárquico existente no país. Era o patrianovismo, uma organização da direita católica, formada por intelectuais.

Apesar das controvérsias geradas depois da renúncia de Dom Pedro de Alcântara, Dom Pedro Henrique consolidou sua posição como chefe da Casa Imperial do Brasil, principalmente entre as Casas Reais europeias, depois de seu casamento com a Princesa bávara. Ainda assim, o sucessor de Dom Pedro de Alcântara, Dom Pedro Gastão, continuou a fazer eventuais investidas, afirmando-se como chefe da Casa Imperial, embora ficasse sempre desacreditado pela maioria dos monarquistas brasileiros.

Mesmo enfrentando o anonimato e a cláusula pétrea (bem democrática a república, não?) das constituições republicanas, Dom Pedro Henrique foi atuante politicamente no período em que viveu no Brasil. Chegou a ser convidado por militares a dar um golpe de Estado, e restaurar a monarquia, mas ele recusou-se prontamente, alegando que não iria usar das táticas e artifícios aos quais à república sempre soube usar; disse também que só queria uma monarquia dentro da vontade democrática, e que voltasse por meio do povo, em um referendo.

  • Morte

Em 5 de julho de 1981, Pedro Henrique faleceu em Vassouras. Em seus funerais comparecem centenas de monarquistas de todo o Brasil, em prova do fascínio da monarquia sobre a população. Foi sucedido pelo seu filho primogênito, Luís Gastão de Orléans e Bragança (1938), que costuma denominar Pedro Henrique, como "Condestável das Saudades e da Esperança".

  • Posteridade
Família Imperial reunida, anos 60

De sua união com Maria Elisabeth teve doze filhos, dos quais sete renunciaram aos seus eventuais direitos sobre o trono do Brasil:

  1. Dom Luís Gastão de Orléans e Bragança (1938). Atual chefe da Casa Imperial do Brasil; sem descendência.
  2. Dom Eudes de Orléans e Bragança (1939). Renunciou em 1966; casou-se em primeiras núpcias em 1967, com a quatrocentona Ana Maria de Moraes Barros, filha de Luís de Moraes Barros e Maria do Carmo de Cerqueira César Moraes Barros, de quem se divorciou em 1976, e em segundas núpcias em 1976, com Mercedes Neves da Rocha, filha de Guy de Proença Neves da Rocha e Lia Viegas Willemsens. Ambas as suas esposas têm ascendência na nobreza do Império do Brasil. Com descendência.
  3. Bertrand de Orléans e Bragança (1941). Segundo na linha de sucessão ao trono imperial brasileiro. Sem descendência.
  4. Isabel Maria de Orléans e Bragança (1944). É a sétima na linha de sucessão no trono. Sem descendência.
  5. Pedro de Alcântara Henrique de Orléans e Bragança (1945). Renunciou em 1978; casou-se em 1974 com a quatrocentona Maria de Fátima de Andrada Baptista de Oliveira de Lacerda Rocha, filha de Orlando de Lacerda Rocha e Sílvia Maria de Andrada Baptista de Oliveira, cuja família faz parte da nobreza do Império do Brasil e da nobreza portuguesa. Sua esposa também vem a ser sobrinha-tetraneta de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência. Com descendência.
  6. Fernando Diniz de Orléans e Bragança (1948). Renunciou em 1975; casou-se em 1975 com Maria da Graça de Siqueira Carvalho Baère de Araújo, filha de Walter Baère de Araújo, coronel-engenheiro do Exército Brasileiro, e de Maria Magdalena de Sousa Carvalho e Siqueira Carvalho. A família de sua esposa pertence à nobreza do Império do Brasil. Com descendência.
  7. Antônio João de Orléans e Bragança (1950). É o terceiro na linha de sucessão; casou-se em 1981 com D. Cristina Maria, princesa de Ligne. Com descendência.
  8. Eleonora de Orléans e Bragança (1953). Casou-se em 1981 com o príncipe Miguel de Ligne, que, desde 2005, tornou-se o príncipe-titular e chefe da Casa de Ligne, uma das mais antigas famílias nobres belgas.
  9. Francisco Maria José de Orléans e Bragança (1955). Renunciou em 1980; casou-se em 1980 com Cláudia Regina Borges Martins Godinho, filha de Eurico Borges Godinho e de Nilza Leite Martins. Com descendência.
  10. Alberto de Orléans e Bragança (1957). Renunciou em 1982; casou-se em 1983 com Maritza Ribas Bokel, filha de Jaddo Barbosa Bokel e Maritza Bulcão Ribas, cuja família pertence à nobreza do Império do Brasil. Com descendência.
  11. Maria Thereza de Orléans e Bragança (1959). Renunciou em 1995; casou-se em 1995 com Johannes de Jong, aristocrata holandês. Com descendência.
  12. Maria Gabriela de Orléans e Bragança (1959). Gêmea da precedente, renunciou em 2003; casou-se em 2003 com Theodoro de Hungria Machado, filho do arquiteto Paulo Eduardo de Hungria Machado e de Sílvia Emília de Melo Franco Sena, de quem se divorciou em 2005. A família de seu marido pertence à nobreza do Império do Brasil. Sem descendência.

  • Títulos
Títulos de D. Pedro Henrique do nascimento à morte:

S.A.I.R Dom Pedro Henrique de Orléans e Bragança, Príncipe do Grão-Pará;
S.A.I.R. Dom Pedro Henrique de Orléans e Bragança, príncipe de Orleáns e Bragança;
S.A.I.R. Dom Pedro Henrique de Orléans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil;
S.M.I. Dom Pedro III, Imperador Constitucional de Defensor Perpétuo do Brasil (de jure).
Além desses títulos ele foi grão-mestre das Ordens Imperiais do Cruzeiro, de Pedro I, da Rosa, de São Tiago da Espada, São Bento de Aviz e de Nosso Senhor Jesus Cristo, além de ser Grão-Cruz da Ordem Constantiniana de São Jorge, da realeza napolitana.

  • Bibliografia
Dom Pedro Henrique, o Condestável das Saudades e da Esperança.
SANTOS, Armando Alexandre dos.  São Paulo, 2006; Artpress. Livraria Majestatis


DEUS SALVE DOM PEDRO III! 
DEFENSOR PERPÉTUO DO BRASIL!


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